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CONFIRA A NOSSA PROGRAMAÇÃO

DIA 16/09

 

08:30Vídeo de Abertura: Coordenadora do PGCS-UFES Cristiana Losekann apresenta o evento para os participantes.  

[Grupos de Trabalho] 

Manhã: 9 às 12 horas

 

 

Este Grupo de Trabalho se concentra em propostas de enfoque etnográfico reflexionados nas relações de alteridade, precisamente o que se constitui enquanto alteridade para com aqueles que trabalhamos. Pretende-se, assim, discutir modalidades de relações que giram em torno de agências, cuidados, proteções/controle, artefatos, redes (ANT) e políticas escolares. As questões dos trabalhos giram em torno das dúvidas pragmáticas de acesso ao campo em tempos atuais, a elaboração de materiais etnográficos, as possibilidades de encontro e produção de diferença, além de serem marcados por um esforço de pensar mundos com entes outros-que-humanos, a partir das questões dos respectivos campos. Objetivamos com isso remarcar o espaço da etnografia dentro das pesquisas nas Ciências Sociais.

 

Coordenadores: Mariana Prates e Wither Favalessa dos Santos.

Debatedores: Ana Cecília Campos e Pedro Alves Gomes

 

  • Interações Socioestatais e Produção De Políticas Públicas - Atores, Capacidades E Processos. (Clique aqui para acessar)

 

A redemocratização brasileira possibilitou, a partir das disposições constantes na constituição de 1988, a interação entre Estado e Sociedade por meio da criação das chamadas Instituições participativas (IPs). Tal fator trouxe importantes implicações para o ambiente institucional, bem como para os arranjos de políticas públicas. Nesse sentido, considerando a complexidade colocada pela inclusão de diversos atores ao processo de produção de políticas públicas, o presente grupo de trabalho tem por objetivo reunir pesquisas que tenham como objeto de análise a participação, bem como as interações entre Estado- representado pela figura dos atores estatais (burocratas do alto, médio e baixo escalão) - e Sociedade, caracterizada por atores diversos: atores representantes do mercado e atores sociais (ativistas, representantes de movimentos sociais e/ ou membros de diferentes organizações da sociedade civil), visando compreender seus efeitos sobre a institucionalização de tais políticas.

 

Coordenadores: Alexsander Araújo e Jeferson Margon

Debatedores: Prof.ª. Marta Zorzal e Prof. Paulo Magalhães

 

 

 

O consumo pode ser visto como um instrumento de construção de sentido, em que os indivíduos têm uma necessidade e agem em função dela, interpretando sensações, experiências e situações e dando significado a objetos, ações e recursos em relação a essas necessidades. A construção de identidade na sociedade contemporânea é complexa, uma vez que os indivíduos vivem uma realidade com múltiplas possibilidades de escolha para autodefinição. Ambos, o consumo e a identidade, possuem conexões entre si, mas podem ser direcionados para diferentes abordagens dentro da pesquisa, seja no processo de transferências simbólicas com uma ampla gama de opções quanto aos significados que podem ser extraídos dos bens e com práticas cujos significados são móveis e manipuláveis, seja na compreensão das características de um determinado grupo social que o identificam como tal. Sendo assim, este GT irá colocar em debate pesquisas que abordam as relações entre consumo e a constituição de identidades, bem como aspectos identitários de grupos sociais, explorando conexões com os espaços e as formas de consumo, os estilos de vida, os ativismos e as formas de identificação política na atualidade em propostas que enderecem agendas de pesquisa, aportes teóricos ou metodológicos.

Coordenadores: Tiare Maestri e Gustavo Coutinho

Debatedoras: Shirley Alves Torquato (UEMG) e Letícia Dias Fantinel (UFES)

 

Tarde: 14 às 18 horas 

 

  • Mineração, populações e instituições no contexto do desastre sociotécnico na bacia do Rio Doce. (Clique aqui para acessar)

Quase seis anos após o rompimento da barragem da Samarco/Vale/BHP, o desastre reafirma sua característica de acontecimento que se prolonga no tempo, bem além do momento em que foi deflagrado. Na bacia do Rio Doce, velhos problemas fazem parte do emaranhado de novas catástrofes. Mulheres, negros e outras identidades, subalternizadas ou não, são afetadas de maneira peculiar em cada contexto, onde não cabe ranquear a dor dos atingidos, mas visibilizar um processo de enfrentamento de novas e antigas agressões. Neste processo, as interfaces com as instituições estatais e com as organizações sociais são aspectos relevantes no delineamento dos conflitos socioambientais. Dentro deste contexto de crimes e direitos violados, empresas do setor mineral e metalmecânico evocam a “responsabilidade social corporativa” e a imprescindibilidade da atividade mineradora para defender seus negócios. Este GT reúne trabalhos que apresentam distintas dimensões do desastre, com pesquisas voltadas aos repertórios de ação da mineração, abordando aspectos jurídicos, políticos, questões de gênero, raça e etnicidade, movimentos sociais e política ambiental. Pesquisadoras e pesquisadores trazem em suas discussões pontos relevantes dos arranjos institucionais, processos de enfrentamento e vida cotidiana, bem como analisam o contexto do desastre e as estratégias institucionais e coletivas.

 

Coordenadores: Raquel Lucena e Rennan Eymael

Debatedores: Rafaela Dornelas e Juliete Woitchik

 

Com a conexão em redes distribuídas globalmente, os smartphones, desktops, tablets e notebooks passaram a exercer diversas funções ligadas ao cotidiano. As relações sociais passaram a ser mediadas por tecnologias comunicacionais, surgiram transformações nas relações de trabalho e no modelo educacional, emergiram novos modos de organização, mobilização e atuação política. Um território em que é tênue o limite entre o público e o privado, uma nova era em que se prioriza a informação como mercadoria e que há um aumento da exposição às mensagens comerciais. O GT Sociologia Digital tem por objetivo promover formulações de indagações a respeito da sociedade em que estamos inseridos – designando e aprimorando procedimentos metodológicos, identificando problemas, tensões e questões próprias desse novo espaço.

 

Coordenadores: Thiago Madeira e Samilly Loures.

Debatedor: Pablo Ornelas Rosa e Vlad Schüler Costa.

O grupo de trabalho tem como base de estudo as minorias étnicas, seus modos de lutas e resistências diante das relações de poder governamental e entidades de capital particular estrangeiro e nacional. Neste GT estarão contempladas apresentações sobre a) a as formas femininas de manutenção da cultura e tradição em Degredo; b) as relações de poder entre as comunidades indígenas e a justiça de transição e reparação, em específico a Comissão Nacional da Verdade  a partir do "desastre ecológico de Mariana"; c) as experiências cotidianas de jovens negras e negros do município de Vitória/ES, que se fazem entre o fazer viver e deixar morrer e c) a questão das novas identidades deslocadas, inseridas na temática sobre as migrações internacionais.

Coordenadores: Carlos Eduardo Colins e Walter Veloso. 

Debatedores: Natália Quiceno – INER Universidade Antioquia – Colômbia;

Spency Pimentel – Universidade do Sul da Bahia;

Sandro Silva – PGCS – UFES.

[Exposição dos Banners do Projetos de Iniciação Científica]

 

Os banners serão expostos no nosso canal do Youtube. Link: https://www.youtube.com/channel/UC-Wni-l0nU9a8lponYYi3jw

DIA 17/09

10:00 - 12:00 [Lançamento da “Cartografia dos povos e comunidades tradicionais em Cariacica”] (Clique aqui para acessar)

[Mesas Redondas] 

Manhã - 9 às 12 horas 

 

A proposta desta mesa é trazer reflexões sobre a produção de autoras mulheres na interface entre questões socioambientais e relações não-apenas-humanas. O destaque às mulheres tem como propósito dar visibilidade às autoras que, tantas vezes, tendem a desaparecer como referências acadêmicas, e examinar o seu papel na produção e na transmissão de conhecimentos dentro e a partir de estudos socioambientais, e também dentro e a partir de estudos sobre relações multiespécies e relações entre diferentes ontologias. Nestas interfaces, acreditamos na importância de práticas-e-conhecimentos que repensem ou até mesmo escapem de enquadramentos positivistas e racionalistas, ressaltando os (des)encontros entre distintas ontologias. Igualmente acreditamos na importância de se refletir sobre os limites e as possibilidades das mais variadas formas de escrita e de expressão sobre tais relações, estejam elas vinculadas ou não à academia. De modo mais amplo, gostaríamos de pensar sobre a potência do diálogo da Antropologia com outras disciplinas, campos de conhecimento e engajamentos com o mundo. Por fim, cabe esclarecer que por mulheres/autoras estamos nos referindo a toda pessoa que se identifica como mulher, nossa proposta é justamente escapar dos domínios e arranjos circunscritos no viés naturalista/ocidental.

 

Coordenação da mesa: Ambiências - Laboratório de Estudos, Pesquisas e Experimentos em naturezas-culturas.

Mediação da mesa: Cláudia Farias (PGCS-UFES), doutoranda.

Apresentadoras da mesa: Gabrielly Merlo de Souza, doutora em Antropologia (UFMG); Andréa Osório (PGCS-UFES), Bianca Silva (Unicamp), doutoranda em Ambiente e Sociedade (NEPAM-Unicamp) e Ana Cecília Campos (UFSCar), doutoranda em Antropologia.

 

 

O grupo de trabalho tem como base de estudo as minorias étnicas, seus modos de lutas e resistências diante das relações de poder governamental e entidades de capital particular estrangeiro e nacional. Neste GT estarão contempladas apresentações sobre a) a as formas femininas de manutenção da cultura e tradição em Degredo; b) as relações de poder entre as comunidades indígenas e a justiça de transição e reparação, em específico a Comissão Nacional da Verdade  a partir do "desastre ecológico de Mariana"; c) as experiências cotidianas de jovens negras e negros do município de Vitória/ES, que se fazem entre o fazer viver e deixar morrer e c) a questão das novas identidades deslocadas, inseridas na temática sobre as migrações internacionais.

Coordenação da Mesa: Grupo de Estudos Povos e Comunidades Tradicioanais

 

Participantes: Natalia Quiceno (INER Universidade Antioquia – Colombia);

Spency Pimentel (Universidade do Sul da Bahia);

Sandro Silva (PGCS – UFES).

 

Nos últimos anos, o Netir recebeu em seus quadros colegas a somar na reflexão acerca das possibilidades de ruptura com a chamada “colonialidade” do poder, do saber e do ser (Quijano, 2005), que também se dá nas esferas da educação, da universidade e da produção intelectual brasileira. Em 2020, Prof. Dr. Luiz Fernandes de Oliveira realizou seu pós-doutorado no Netir-PGCS-Ufes e traz aqui um breve panorama dos resultados aos quais chegou debruçando-se sobre o campo da Educação em sua capacidade de absorção da temática da decolonialidade. Edson Bonfim foi mestrando do PGCS-Ufes e expõe o pensamento decolonial de Guerreiro Ramos na articulação entre “raça” e nação.  Profa. Dra. Roberta Traspadini, mediante cooperação técnica Unila-Ufes, realizou, entre os anos de 2018 e 2020, o projeto ensino-pesquisa-extensão “Saberes em movimento: a educação popular e os movimentos sociais na América Latina”, gerador do bem sucedido Observatório de Educação Popular e Movimentos Sociais na América Latina (OBEPAL), em plena atuação. Dentre os frutos, está a parceria de professora Roberta com a então bolsista PIBIC, Ana Carolina Costa Andrade, da qual nasce o livro “MovimentAções: a educação popular e a extensão universitárias entre pontes e muros” (2021), cujo relançamento fazemos. As três exposições são representativas do Netir em sua ênfase às insurgências epistemológicas a descolonizar teorias e práticas, instituições e produção da vida na interface academia e movimentos sociais.

 

Coordenação: Núcleo de Estudos em Transculturação, Identidade e Reconhecimento.

 

Participantes: Prof. Dr. Luiz Fernandes Oliveira (UFRRJ);

Edson Bomfim dos Santos (UFES);

Prof.ª Dr.ª Roberta Transpadini (Unila) e Ana Carolina Costa Andrade (UFES)

 

Mediação: Prof.ª Dr.ª Adelia Miglievich-Ribeiro (PGCS-Ufes)

Tarde - 14 às 18 horas

 

  • Atores, Instituições e Conflitos nas Disputas pela Reparação no Desastre-crime do Rio Doce. (Clique aqui para acessar)

Coordenação: Euzeneia Carlos

Monitor da Mesa: Alexsander Araújo.

Título: Protestos, inovação e consequências políticas no desastre do Rio Doce

Autora: Euzeneia Carlos (NUPAD/UFES-CEBRAP)

Resumo: Esta exposição discute o Ciclo de Protestos no Rio Doce empreendido por movimentos sociais e organizações civis, ao longo de quatro anos do colapso da barragem de Fundão-MG. Os atores coletivos inovaram pela combinação entre repertório extrainstitucional, institucional e multiescalar, além da inovação nas táticas e performances, com vistas a influenciar o processo político. Através da Análise de Eventos de Protestos (AEP) em notícias de jornais da mídia digital, o estudo examina os repertórios de confronto acionados pela sociedade civil no interstício de 2015 a 2019, identificando as mudanças nas performances, os mecanismos de inovação e suas consequências políticas na governança do desastre.

Debatedor: Wilson José Ferreira de Oliveira (UFS-SE)

Título: Não é preciso um estudo para confessar um crime: Os Tupinikim e Guarani e o desastre-crime no Rio Doce

Autor/a: Sandro José da Silva (NUPAD/NAV-UFES) e Carolina Llanes Guardiola

Resumo: O artigo descreve como os povos indígenas Tupinikim e Guarani se relacionam com o desastre-crime da mineradora Samarco no Rio Doce. No contexto mundial de desregulamentação dos setores da mineração, nos perguntamos sobre as mudanças dos saberes e práticas dos dispositivos de reconhecimento e respeito aos direitos indígenas. Mediante uma etnografia das estratégias de negociação de suas afetações e de seus direitos será descrito como as formas de participação interferem nas relações de força entre a mineradora e os Tupinikim e Guarani. A presente apresentação se dedica ao período de produção dos estudos sobre os impactos em face do desastre-crime, sem perder de vista uma temporalidade mais ampla que remete ao longo repertório de aprendizados dos Tupinikim e Guarani com outros empreendimentos econômicos que atingem seus territórios. O presente artigo contribui para os estudos do campo social do desastre-crime e busca aperfeiçoar as formas de participação e reconhecimento dos povos indígenas nos temas que lhes afetam.

Debatedor: Wilson José Ferreira de Oliveira (UFS-SE)

Título: Concepção e negociação dos instrumentos jurídicos-institucionais para reparação do desastre da Samarco que afetou a bacia do Rio Doce.

Autora: Marta Zorzal e Silva (NUPAD-UFES)

Resumo: O artigo trata das soluções dadas pelo Estado brasileiro em articulação com as empresas Samarco/Vale/BHP, proprietárias da barragem de Fundão, para o caso em foco. Isto é, diante da magnitude do desastre da barragem de Fundão, em 05/11/15, quais foram as estratégias e ações dos principais atores envolvidos, tanto no âmbito do Estado quanto no das corporações mineradoras, para definir instrumentos jurídicos e institucionais para os processos de reparação e compensação da diversidade dos danos? Investiga as relações estabelecidas entre advogados, consultores e gestores das empresas mineradoras com os advogados das procuradorias da União, dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, e com gestores e técnicos dos governos envolvidos no processo negocial que resultou no Acordo, denominado de Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC). Analisa, para tanto, os relatórios e documentos que foram produzidos pela Advocacia Geral da União, Procuradorias dos estados de Minas Gerias e Espírito Santo, pelo Ministério Público e pelos órgãos dos dois governos envolvidos, cujo olhar é complementado por meio de entrevistas com atores relevantes que participaram do processo negocial do Acordo. Os resultados nos ajudam a desvendar os conflitos, tensões e impasses que permearam a modelagem dos instrumentos produzidos para reparação, bem como os fatores que estão na base do agravamento das vulnerabilidades resultantes do desastre para as populações atingidas.

 

Debatedora: Renata Mirandola Bichir (Unifesp)

Quem governa o quê nos municípios atingidos pelo desastre-crime do Rio Doce?

Autora: Luciana Andressa Martins de Souza (NUPAD/CEM/CEBRAP)

Esta comunicação analisa o papel desempenhado pelo Executivo, Legislativo e pelos 2 Conselhos nesse momento crítico (Kingdom, 2003) do rompimento da barragem do Rio Doce, uma vez que ele despertaria a necessidade de novas interações entre essas instituições e os atores estatais, sociais e de mercado que as ocupam em diferentes setores de políticas públicas e possivelmente abriria uma janela de oportunidades para a institucionalização e construção de novas capacidades estatais. É importante sublinhar que nos ancoramos no debate neoinstitucionalista que defende o papel da autonomia relativa do Estado na criação de determinadas capacidades (Evans, Rueschmeyer e Skocpol, 1985) que conectam o Estado e a sociedade e proveem as condições para negociação dos objetivos das políticas públicas. Para tal nos inspiramos nos estudos que iluminam essas interações (Gurza Lavalle, Carlos, Dowbor, Szwako, 2019) aliadas a perspectiva relacional multinível (Izunza Vera; Gurza Lavalle, 2012) e a abordagem dos instrumentos de políticas públicas orientados pelos interesses e aspirações dos atores envolvidos nas disputas contenciosas (Halpern, Le Galès, 2011; Lascoumes, Le Galès, 2007). Empregamos a mesma estratégia metodológica adotada em Gurza Lavalle, Voigt e Serafim (2016) que foca na produção decisória dos conselhos (outputs) e permite diagnosticar o que os conselhos estão fazendo e quando o fazem, ou seja, que decisões tomam e em que momento de seu ciclo de vida (p. 611), ampliando o foco analítico para a produção decisória relativa ao desastre do Rio Doce. Analisamos os atos administrativos no Diário Oficial dos municípios no período entre 2015 e 2018, juntamente com informações de resoluções adicionais que foram coletadas no website oficial da prefeitura de Colatina no período anterior ao desastre (2013 e 2014). Os dados foram coletados e organizados em arquivo Excel, seguindo a mesma metodologia do artigo citado, ou seja, por meio da procura nos arquivos digitalizados dos seguintes termos: conselho, resolução, orçamento participativo, governança participativa e participação social, acrescidos, para o propósito desta análise, dos seguintes termos: Comitês de Bacias e Rio Doce. A nova combinação de palavras-chaves permitiu ampliar o escopo analítico para uma discussão mais ampla sobre a instituição de ações e dispositivos estatais e não estatais de políticas públicas no contexto do desastre socioambiental do Rio Doce. O levantamento sistemático de informações por meio dos Diários Oficiais dos municípios, ainda que em fase exploratória e relativo a período relativamente curto, revelou diferenças importantes nos padrões de interações entre as instituições e os atores estatais, sociais e os de mercado. Embora seja cedo para conclusões substantivas sobre o papel dos conselhos frente ao desastre, verificou-se que os mesmos não emitiram resoluções atreladas diretamente ao caso, no período analisado (exceto 1 resolução). Por outro lado, o contexto do desastre-crime em questão, impulsionou a instituição de dispositivos, instituídos tanto pelo Executivo como pelo Legislativo, que estão orientando as relações entre o governo, a sociedade civil e os interesses de mercado, representados pelas empresas responsabilizadas pelo desastre através da Fundação Renova e por acordos com instituições financeiras tal como o BID, por meio de interações tanto socioestatais como intra-institucionais.

Debatedora: Renata Mirandola Bichir (Unifesp)

 

A banalização de tecnologias em nossa vida cotidiana criou volumes sem precedentes de dados sobre nossos comportamentos em sociedade. Esse “Big Data” abriu novas oportunidades estimulantes para cientistas sociais trabalharem em direção a uma compreensão quantitativa, qualitativa e computacional de sistemas sociais complexos. Neste cenário surge uma nova disciplina conhecida como Ciência Social Computacional (CSC), uma investigação multidisciplinar do universo social em várias escalas, desde atores individuais até os maiores agrupamentos. A CSC está sendo caracterizada como um novo campo da ciência que não se limita a Big Data, análise de redes sociais ou modelos de simulação social, mas compreende tudo isso, bem como outras áreas da investigação científica, como ciência da computação, engenharia da computação, estatística e ciência de dados sociais. A CSC tem por objetivo processar dados e executar simulações em escala planetária, levando em consideração toda a população mundial. Isso porque eventos que ocorrem em um lugar podem ter consequências tremendas no outro lado do mundo. Em um mundo de crises financeiras, ciclos de protestos cada vez mais frequentes, pandemias, canais de comunicação inteiramente novos e padrões inéditos de comportamento, a CSC surge de uma clara urgência por uma maior compreensão da complexidade de nossa sociedade global interconectada e da capacidade de aplicar os conhecimentos globais e locais gerados por ela nas decisões políticas.

 

Coordenação: Deep Social Labs

Participantes: Dr. Ronaldo Baltar (UEL);

Dra. Maria Cristina Dadalto (LEIDTEC, Deep Social Labs e PGCS-UFES);

Ms. Julio Valentim (Deep Social Labs e Data Kula Lab);

Dra. Patrícia Pavesi (Deep Social Labs e Data Kula Lab e PGCS/UFES).

A mesa propõe a apresentação de diferentes casos e perspectivas do estudo de conflitos ambientais e as lutas por justiça que os envolve. Serão tratados conflitos no norte do país, sobretudo, os ligados à mineração e portos, também será apresentado o caso do derramamento de óleo no nordeste e suas repercussões para as comunicações locais. No sudeste teremos a narrativa do caso da TKCSA e seus impactos na Baia de Sepetiba e no sul do país as investidas dos empreendimentos de mineração e as formas de resistência desenvolvidas. O objetivo central da mesa além da troca de conhecimentos sobre objetos similares será de trocar experiências de campo, escolhas metodológicas e debater as perspectivas téoricas que melhor constituem os conflitos ambientais como problemas de investigação para as diferentes áreas das ciências sociais.

 

Coordenação: Cristiana Losekann (UFES)

 

Participantes:

Albino José Eusebio (UFPA) "Mineração, violências das práticas empresariais e conflitos ambientais na Amazônia: o caso do projeto Onça Puma. 

Pedro Vasques (INCT-INEU/Unicamp) "Uma siderúrgica na periferia carioca: o conflito à luz de suas dinâmicas político-jurídicas";

 

Jeíza Saraiva (Ayé: laboratório interdisciplinar natureza, cultura e técnica- PPGA/UFPE) "Energia Limpa? conflitos e contradições na expansão da energia eólica em Pernambuco"; 

 

Thaís Henrique Dias - (UFF) "Direitos e advocacias em disputa no desastre de mineração da Samarco/Vale/BHP";

 

Camila Prates - (Temas/ UFRGS) "Mineração no Rio Grande do Sul: entre a expansão e a resistência".

 

[Exposição dos Banners do Projetos de Iniciação Científica]

Os banners serão expostos no nosso canal do Youtube. Link: https://www.youtube.com/channel/UC-Wni-l0nU9a8lponYYi3jw

18:30 - Encerramento

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